Enquanto em Mass Effect 3: Leviathan a BioWare fechou pontos soltos na trama da série, em Omega a proposta da empresa é entregar uma experiência mais intimista. Deixando de lado os demais membros da Normandy, cabe ao comandante Shepard retomar o controle de Omega, estação espacial que serviu como um dos principais cenários de Mass Effect 2.
Nessa missão, ele conta com a ajuda da mercenária Aria T’Loak e de Nayreen Kandros, primeira fêmea da raça turian a aparecer em um jogo da série. Seu objetivo é chegar até o centro de comando do local e impedir que o general Oleg Petrovsky, da Cerberus, continue seu reino de terror.
Aprovado
Inimigos e confrontos variados
Mass Effect 3: Omega é um prato cheio para quem gosta do sistema de combates desenvolvido pela BioWare. Durante as três horas de duração da aventura, você vai se confrontar inimigos com características inéditas e situações que vão obrigá-lo a repensar a maneira como utiliza suas habilidades.
As criaturas conhecidas como talons (exclusividade do DLC) são muito mais agressivas do que qualquer outro adversário presente no game-base, o que força o jogador a mudar sua posição de ataque constantemente. Mesmo quem já terminou a aventura principal e tem habilidades bem desenvolvidas encontra uma boa dose de desafio nos corredores escuros da aventura adicional.
Reprovado
Personagens fracos
O principal problema de Omega é o fato de ele forçar o jogador a deixar de lado personagens carismáticos como Garrus e Liara, substituindo-os por figuras que não inspiram qualquer espécie de identificação. Aria, por exemplo, é uma personagem tão antipática que dá a impressão de que ela foi criada justamente para que os jogadores não gostem de sua companhia.

Já Nayreen, embora não sofra dos mesmos problemas de personalidade de sua companheira, aparece durante tão pouco tempo que é difícil se importar com seus objetivos. Embora ambas as personagens já tenham feito aparições em quadrinhos baseados no jogo, isso não serve como justificativa para que elas não sejam bem desenvolvidas durante o DLC.
Trama irrelevante
O uso de personagens rasos como protagonistas de Omega se reflete em uma trama geral que, quando finalizada, parece simplesmente vazia. Inicialmente visto como uma figura ameaçadora, o coronel Petrovsky em pouco tempo se transforma em uma mera recriação dos piores vilões da série 007 — referência que fica bastante clara nos momentos em que ele usa um tabuleiro de xadrez virtual para representar o resultado dos confrontos que acontecem no jogo.

O principal problema do DLC é o fato de que as ações que você realiza não têm qualquer impacto na luta contra os Reapers. Fora alguns equipamentos novos e uma quantidade mínima de war assets, não há nada que realmente tenha um impacto na trama principal de Mass Effect 3 — até mesmo Aria retorna a seu local fixo na Citadel, contrariando o final de seu arco pessoal.
Mais decepcionante ainda é o fato de que os demais personagens de sua equipe sequer mencionam o que aconteceu durante a aventura, e é impossível retornar à estação espacial após o fim da trama. Com isso, é difícil não ficar com a impressão de que o pacote adicional existe simplesmente como uma forma de a BioWare dizer que não se esqueceu da existência de Omega.
Vale a pena?
Lançado no dia 27 de novembro de 2012, Mass Effect 3: Omega não apresenta qualidades suficientes para convencer quem já terminou a aventura principal a retornar ao universo criado pela BioWare. Apresentando uma trama fraca e personagens pouco carismáticos, o DLC é um conteúdo que não deve se mostrar essencial nem para quem é fanático pela franquia.

Após as três horas de duração da aventura, é difícil não ficar com a impressão de que ela não passa de algo vazio que não tem nenhum impacto no universo do jogo. O preço de US$ 14,99 (o equivalente a 1.200 MS Points ou 1.200 BioWare Points) se mostra muito alto para a qualidade da produção oferecida pela desenvolvedora, que decepciona em praticamente todos os sentidos.
A esperança é a de que a BioWare aprenda com os erros de Omega e se inspire no trabalho feito em Mass Effect 2 para criar DLCs que realmente tenham alguma relevância. Caso contrário, o game que finaliza a saga protagonizada pelo comandante Shepard deve realmente ficar marcado como o capítulo mais fraco da série.
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