Eu era ainda um pré-adolescente espinhento quando joguei God of War pela primeira vez. Na época, eu dava uma cagada para a história dos jogos, e comecei a jogar com Kratos sua saga objetivando a vingança de Ares apertando os botões ensandecidamente. Com dois minutos eu já estava absorto pela qualidade da história e a alta capacidade do que determino "fator absolutamente fodépico" daquele jogo. Foi então que terminei em umas 5 horas e o game se tornou um marco na minha experiência gamer. Por mais que a brutalidade em jogos já tivesse se apresentado a mim nas formas de Mortal Kombat e Carmageddon, dessa vez foi diferente. Não pelos gráficos, que na época também achei muito bacana, mas sim por essa brutalidade ter uma justificativa - ocara tá puto da vida mesmo porque passaram a perna nele. E então, um pouco mais tarde, sem nem saber muito o que estava acontecendo, um amigo mencionou ter jogado o segundo. Desnecessário dizer que saí correndo do meio da conversa tal qual um leão em busca de sua presa. Pois bem, após finalizar o segundo jogo eu já estava convicto de que GoW era uma série que deveria ser cravada no hall da fama dos games. Após o terceiro, com gráficos surpreendentes e o desfecho da história, isso ficou ainda mais claro. Agora, depois de um período 'órfão' já estou aqui em Hollywood apagando o nome das gêmeas Mary Kate e Ashley Olsen da calçada da fama e colocando as lâminas de Atenas em seu devido lugar.
O novo jogo, God of War: Ascension, veio com uma proposta diferente. Aliás, antes de continuar, para quem ainda não viu, vale a pena ver o vídeo da demo do jogo feito na E3 do ano passado (quando a música do jogo inicia, arrepiei até o pelo do dedão):
Quem fechou o terceiro jogo e viu a cena pós créditos se lembra de que sugeriram um próximo. Trato feito. E o lógico tornou forma nos trazendo a história de Kratos antes mesmo do primeiro jogo. Mas ainda não vamos falar dele. Isto aqui é apenas um "primeiras impressões" do Multiplayer de GoW: Ascension, disponível para assinantes da Playstation Plus e oferecido a algumas pessoas pela Sony. Como é uma versão Beta, não dá para fazer um review. Disclaimers postos em mesa, vamos ao que interessa:
Tá vendo essa imagem aí do lado? É o registro de minutos antes da porradaria rolar solta. E o beta de Ascension é basicamente isso: você procurando a todo momento dar um pau no seu inimigo, e finalizá-lo de forma brutal. O problema e os desafios,l porém, são: agora você não está lutando contra um NPC, e sim com outro jogador viciado o tanto quanto ou até mais do que você. São esses pequenos desafios que fazem o multiplayer tão esperado pelos fãs ter um caráter extremamente viciante. E tem mais, esses detalhes que falei antes são apenas a premissa básica do desafio. Há também como você se destacar e ter mais chances de sentar o cacete nos seus inimigos, e isso eu explico mais pra frente.
O argumento do multiplayer também é bacana. Você é um careca bombado que está no Olimpo e tem de escolher entre quatro deuses para representar ao lutar contra os outros. Os quatro deuses (Ares, Hades, Zeus e Poseidon) funcionam como patronos, lhe fornecendo habilidades diferentes como capacidade de atordoar o adversário ou mais força, dependendo do que for escolhido. Mas no beta apenas dois deuses estão liberados, Ares e Zeus. Após selecionar o seu deus, você já começa a lutar com seu adversário, num tutorial (se você for jogar, preste bastante atenção no tutorial. Isso, claro, se não quiser passar vexame - como eu).
E é aí que entra um outro aspecto importantíssimo para sua experiência no jogo. Se você é como eu e não tem muita paciência com os viciados que ficam 24 horas por dia num jogo só a minha dica para o caminho da vitória é: crie combos e mate seu inimigo facilmente. Daí a minha surpresa. A jogabilidade é semelhante à dos jogos anteriores, mas adaptaram a do multiplayer para se ter diversas possibilidades de combater seu inimigo, tais quais fazer uma sequência de ataques fortes, magia, e agarrar o inimigo, ou vice-versa, ou vice-vice-vice-versa. Há também como bloquear certos ataques e desviar dos mesmos. A gama de possibilidades para se usar torna o jogo muito mais desafiador. Sim, você vai ficar ali horas tentando descobrir qual o melhor combo para determinado tipo de inimigo e como matá-lo.
Há três modos de jogo na beta do multiplayer de God of War: Ascension. São eles Favor dos Deuses, Favor dos Deuses em Equipe e Capture a Bandeira. O primeiro pode ser traduzido como "cada um por si, estraçalhe os jogadores ou seja estraçalhado". Tá bom, exagerei um pouco, mas é quase isso. O fato é que muitos dos jogadores com quem joguei não entenderam a proposta do estilo desse jogo, que não é simplesmente sair matando todo mundo. Cada ação no cenário do Favor dos Deuses (inclusive, o sensacional cenário de Hércules, em God of War III) tem seu valor e matar é apenas uma delas. Assim como assistência em morte, ou o principal: capturar baús e itens que aparecem durante o jogo. Enquanto a partida, de 10 minutos, acontece, também é mostrado um placar do jogo lhe mostrando quantos pontos o adversário está coletando, e quantos você tem. A voz do narrador, por vezes te ajuda lhe informando quantos pontos faltam para se aproximar do adversário.
Foi nesse modo, inclusive, que eu tive a experiência mais emocionante. Certas vezes, a partida que é para quatro jogadores, se inicia com três. Em uma dessas, um dos jogadores perdeu a conexão ou algo assim, e eu fiquei lutando durante 10 minutos contra um outro cara. Claro que eu ia levando uma taca, né? Lá para os cinco minutos, enquanto o rapaz estava com 9 kills e eu com apenas 2, meu berserk despertou. Durante a porrada brutal que eu levava, eu ia notando a estratégia do cara, e foram naqueles cinco minutos que o Stephen Hawking plus Kratos plus Berserk se apossou de mim. Eu desviava, desferia ataques estonteantes, e ia matando o maluco. No final da partida, estava 9 a 9. Mas, como eu disse, não são as mortes que importam, e eu tinha mais pontos de "favor aos deuses", e venci. Sem sacanagem, eu acho que meus vizinhos, após ouvirem minha reação nessa partidda, devem achar que existe um tipo raro de macaco gritante morando perto deles.
O segundo modo de jogo é em equipe, para oito pessoas e se passa no deserto onde Kratos se encontra com Cronus no terceiro jogo. É bem semelhante ao individual, e bem mais fácil de se ganhar. Basta ter a perspicácia de ir coletando favor dos deuses enquanto seus comparsas matam. O modo Capture a Bandeira é clássico, e não se difere ao de muitos multiplayers, como Uncharted, porém agora é com lâminas que podem deixar as tripas do seu adversário de fora.
Existe ainda a customização de seu personagem. Habilidades, armas, itens, armaduras, e relíquias são várias das opções dadas a você para construir um personagem pronto para a sanguinolência. As armaduras e armas são poucas, não passando de oito opções, mas creio que isso seja apenas na versão beta. E para liberá-las é preciso apenas conquistar façanhas dentro do jogo - outro fator que lhe estimula a ficar horas ali (os chineses vão ter que ter cautela). Itens podem ser usados dentro do jogo para lhe dar tipos diferentes de habilidades, e relíquias são como se fossem habilidades passivas. Os jogadores que estão acostumados com MMOs ou jogos em que se dê para construir a build de seus personagens vão se familiarizar.
Se o multiplayer de God of War: Ascension ainda não está finalizado, creio que o trabalho da Santa Monica Studio não vai ser dos mais trabalhosos para fazê-lo. O jogo tem alguns bugs e lags no carregamento de personagens, porém o visual, a jogabilidade, a diversão, e o melhor: o fator absolutamente fodépico já estão prontíssimos para fazer muitos fãs da série pirarem a cabeça, assim como os gamers que gostam duma boa experiência ficarem satisfeitos. Aguardo ansiosamente o dia 13 de março, fantasiado de Kratos, e com os seguintes dizeres escritos em minha lâmina de Atenas feita de papelão: "CHEGA LOGO, PELO AMOR DE ZEUS!"
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